quarta-feira, 23 de junho de 2010

21/06/2010

Acordei meio cedo mas não tão cedo. O inverno chegou... aqui onde eu moro faz muito frio. É congelante  quando o inverno chega... quem conviveu comigo sabe que nesses dias era difícil eu aparecer no colégio por pura preguiça de sair da cama e muito frio. Eu adoro frio, mas tenho problemas com ele porque a minha circulação não ajuda, então eu tô sempre congelada e sempre entupida de roupa! Já no primeiro dia do inverno era notável a sua presença. Minha mãe me ligou dizendo: Mariana, tu não me sai de casa sem colocar aquele casaco -ou seja, o mais grosso.

Tomei banho -tarefa também complicada antes de entrar, maravilhosa enquanto está acontecendo e terrível depois que a gente sai- lavei os cabelos, passei um creminho e prendi só por precaução porque sabia que ia ter um ventinho na rua e o meu cabelo definitivamente não gosta de vento! Comecei a me arrumar, tive uma brilhante idéia: vou colocar a minha bota de salto alto e bico fino!  Foi uma ótima idéia mesmo...

Fui pra parada, peguei o ônibus e fui até o CAMAR. Fazia tempos que eu não ia lá, deu pra matar a saudade de um monte de gente e, confesso, nunca recebi tanto oi vindo de tantos lados! Conversei com os meus amigos, entrei na escola e falei com o meu ex-professor de química pra ver se ele me dá um help pro vestibular de domingo. Marcamos algumas coisas e eu fui pra parada denovo. Até aí meus pés tavam começando a encomodar, mas "tá tranquilo, querido". Peguei o 520 -eu adoro pegar o 520- e fui buscar o meu exame que já tava pronto. Eu não imaginava que o exame fosse tão grande! Peguei o examão e voltei pra parada, só que fui por outro caminho, um caminho meio descida-de-lomba que não combinou muito com a minha bota... tive que ir caminhando um passinho por vez e me escorando nas paredes pra não cair no meio da Plínio. Peguei o 520 denovo e desci na esquina da 24 de Outubro com a Quintino Bocaiúva. Parei uma senhora e disse: moça -tá, eu menti pra ela, haha- a senhora poderia me dizer pra que lado fica o IPA? E ela arregalou os olhos e disse: menina -ela mentiu de volta- o IPA é muito longe daqui! Aí eu repeti a pergunta: tá, mas pra que lado é? e ela me respondeu daí, mas com uma cara muito bizarra! Disse que seria melhor eu pegar ônibus e tal (no mínimo ela deve ter visto a minha bota). Comecei a caminhar... pra quem não sabe, é longe mesmo! Caminhei muito, mas muito mesmo! Encontrei um amigo no caminho aí parei um pouco pra descansar, mas depois segui caminhando.

Cheguei no IPA bem até! Sem dores extremas ou calos homéricos, nada demais... uma dor normal pra quem sobe lombas, definitivamente eu sou uma dama. Criei coragem e pedi as informações que eu queria... sei lá, não me dou bem com pedir informações ou falar com pessoas desconhecidas -depende do caso-, sinto vergonha, me sinto meio burra ou sei lá... mas fui e consegui.

Depois encontrei um conhecido meu que dá aulas lá, tivemos uma breve conversa de 20 segundos e então eu saí a andar pelo IPA, conheci a praça de alimentação (meu, eles vendem calzone lá... é o céu!) e depois que eu já mais ou menos tinha visto tudo, saí meio sem destino na rua até que achei um parquinho legal... É diferente dos outros parquinhos, ele é mais em cima assim, tu tem que subir uma escadinha pra chegar nele e é bem objetivo: um banco (grande), dois balanços infantis, dois balanços pra maiores (embora um tenha sido furtado, mas compreendam, eu moro em Porto Alegre, Brasil), duas gangorrinhas e aqueles trepa-trepa de metal (esse é o nome que me disseram quando eu ainda era criança... até hoje não parei pra pesquisar o nome real daquilo então é isso mesmo). Tinha uma estátua com a cabeça de um cara, mas tava toda vandalizada e tal, pintada, riscada e etc... fiquei ali por algum tempo, tendo ótimos momentos ao sol. Descobri que aquele também era um pedaço do céu, porque era um parquinho, tava vazio, frio mas tinha sol e... pegava internet! Acho que era de algum prédio vizinho mas era internet aberta, ou seja, consegui ver as minhas atualizações! Sério que eu vou morar ali perto um dia -haha, podem rir vocês que sabem que eu quero morar ali perto um dia por outros motivos a mais, riam mesmo, eu tô rindo também. E por falar em rir eu tava rindo o tempo todo.

Queria que o tempo não passasse, mas ele não é meu amigo, então corre quando eu quero que fique e fica quando eu quero que corra. Fui pra parada, peguei o meu ônibus e, sério, se eu tivesse ido de camelo teria chegado em casa mais cedo. Muita lerdeza misturada com tranqueira no trânsito, fora que eu cheguei na parada, tive que sair correndo (de bota) e não consegui pegar nem o 611 nem o 610 porque eles não quiseram me esperar. Ao que todos viram, eu não tinha almoçado. Aí passou um tiozinho por mim e gritou: cocada assada um real! Pensei... pensei... meu ônibus não vinha nunca... gritei: aqui! comprei duas cocadinhas e guardei na bolsa (crianças não façam isso sem a supervisão de um adulto, provavelmente eles não vão deixar vocês fazerem isso). Quando eu vi o 815 chegando perto, sorri. Não gosto de pegar o 815 porque me deixa a um quarteirão da minha casa, e o 611 ou o 610 me deixam do lado. Mas enfim, era a minha opção se quisesse chegar em casa antes da meia-noite. Peguei o bendito ônibus quase chicoteando as rodas pra ver se andava mais rápido que nem fazem com os cavalos, mas era horário do pico. Eu ainda tinha que chegar em casa correndo e arrumar algumas coisas. Vim comendo as cocadinhas no caminho, bem boas, muito boas -na real eu não sei se tavam boas ou se era a minha fome mesmo.

Quando cheguei na minha parada, disparei porta afora, saí correndo rumo à minha casa, mas correndo mesmo de bota e tudo. Neste momento eu percebi que perdi tempo da minha vida não sendo modelo. Eu poderia vir a ser uma miss um dia, garanto que nenhuma delas tem a habilidade que eu tenho para andar de bota com salto alto e bico fino. Eu sou mesmo uma lady.

Cheguei em casa, quase gritei de alegria quando não vi o carro na garagem, tirei as botas -glórias a Deus- pus as pantufas e arrumei o meu quarto numa velocidade recordista! Meio que organizei tudo e ouvi o bum da porta -a porta da garagem é de ferro, então eu sempre sei quando chegaram em casa. Minha mãe chegou em casa... contei as minhas desventuras pra ela, ela só ria de mim: sério que te viram com essa blusa? E que raios tu tava pensando quando tu colocou essa bota sabendo que ia subir uma lomba imensa? Tu é maluca? Mas ela não tava braba, só ria. Aí eu contei outras histórias pra ela que eu não tava muito com coragem de contar na outra semana mas contei... foi legal porque ela riu de mim denovo -sim eu sirvo de chacota pra todo mundo e só porque eu tenho o cabelo vermelho me tiram pra bozo.

Recolhi as roupas do varal e nisso meu pai chegou, repeti as histórias pra ele também, meio com medo da reação dele mas ele também foi tranquilo comigo, riu junto -aham, eu sou mesmo o bozo.

Depois eu fiquei no pc conversando, vendo seriados e a minha mãe me ofereceu um bife -tá, era um boi inteiro de tão grande- e eu prontamente aceitei e ela se assustou muito! Ela disse: filha, tem certeza? É muito grande isso tu não vai comer isso sozinha! Eu provei pra ela que conseguia. Sei lá foi o meu dia de recordes.

Cansei do pc e fui assistir um filme com o meu pai, todos sabem que eu não resisto a um filminho, principalmente deitada no colo do meu pai, ou seja, eu dormi nos primeiros 5 minutos. Daí arrumaram a minha cama e me trouxeram pro quarto -trouxeram nada, me mandaram... eles me traziam quando eu não tinha 1,70.

Dia bom, dia mau, foi o meu dia.

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